sexta-feira, 30 de abril de 2010

O dia em que a mata ardeu




No sítio onde eu moro, um pouco mais à frente, existe a minha mata, que gosto muito de visitar. A mata não é só minha, é minha e de toda a gente, é só uma maneira de falar.
Claro que há pessoas que põem um muro à volta e dizem:
- Esta terra é minha!
Mas não, a mata não tem dono.
Na minha mata, que é minha e de toda a gente, vivem lá alguns amigos meus, que se chamam: o coelho - Coisa Fofa, o veado – Vencesláu, o esquilo – Rabo Alçado, o rato – Zé Manel, a coruja – Miquelina, o ouriço – Oligário…
Estava tudo maravilhoso, mas…
Um dia, os pássaros Bisnaus, que não têm respeito por ninguém, entraram pela minha mata dentro. Não entraram a pé, entraram logo de carro, com o rádio muito alto a fazer “punca, capunca, punca, capunca, punca, capunca, punca…”, e até as nuvens tiveram de tapar os ouvidos para não ficarem malucas.
A família é constituída por vários elementos: o pai, com cara de tubarão; a mãe, doutora Bisnuca Laruca Laruca; o filho Bisneco Zeco Teco Pataruco, que comia 19 rebuçados, 59 chupas-chupas e 27 pastilhas; e a filha Bisnica Zica-Tica Maçarica, que pintava o bico com verniz e passava o dia a tirar macacos do nariz.
Mal se sentaram, puseram-se a comer porcarias.
E tudo isto para onde foi atirado? Foi atirado para o chão da minha mata.
O pai Bisnau sentou-se à beira de um tronco, ele estava a fumar quando, de repente, adormeceu e o cigarro caiu no chão, fazendo danças de lume assustadoras. A mata começou a arder e todos os animais fuguiram para nunca mais voltarem e os pássaros Bisnaus acordaram e fugiram rapidamente.
Pobres plantas que estavam presas à terra, morriam transformadas em carvão!
Porém, um pássaro viu a mata a arder e foi chamar os bombeiros…
De tão aflito, os bombeiros perceberam logo tudo. Foram atrás do pássaro, com a sirene a tocar: “tinóni, tinóni, tinóni…”
Chegaram lá e apagaram o fogo.
Na Primavera seguinte, os animais e as plantas voltaram para a mata, que pertence a toda a gente.



Alina Lima, Lúcia Carneiro, Cecília Ferreira, Bruno Miguel Vieira

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