Era uma vez um belo e enorme jardim, que se situava à beira de um maravilhoso castelo, no qual morava o Gigante Egoísta. As crianças adoravam ir para lá brincar, no final das aulas, pois tratava-se de um jardim perfumado, encantador e esplêndido. Enfim, não há palavras para descrever a beleza daquele magnífico jardim. Elas gostavam imenso de lá praticar “milhares e milhares” de jogos. Também adoravam quando paravam as suas brincadeiras e ficavam a apreciar o deslumbrante cantar dos passarinhos.
No lado esquerdo do jardim havia tantas árvores, parecendo haver ali uma floresta tropical. No lado esquerdo existiam muitas flores…
Certo dia, o Gigante Egoísta voltou ao seu castelo, após sete anos de ausência. Ele tinha ido visitar o seu amigo Ogre da Cornualha, ficando em sua casa durante esse tempo todo. Quando chegou, disse irritadamente, com voz grossa:
- Ninguém tem o direito de vir para o meu jardim! Ouviram? O jardim é meu!!!
Ao ouviram o Gigante tão zangado, todas as crianças fugiram aterrorizadas. O Gigante construiu, então, um grande muro e colocou o seguinte aviso: «É proibida a entrada de pessoas! Proceder-se-á contra os transgressores!»
Passados dias, a primavera chegou, porém no belo jardim do Gigante Egoísta permanecia o inverno. Ele não compreendia e lamentava-se…
Apenas o vento norte, a neve e a geada gostavam de viver naquele jardim invernoso.
No entanto, uns dias mais tarde, o Gigante reparou que o jardim voltou a estar cheio de flores… E, quando viu que as crianças tinham entrado, percebeu tudo… De repente reparou que no canto mais afastado do jardim era, ainda, inverno… Olhou atentamente e visualizou um pequenino menino que chorava, por não conseguir subir a uma árvore. Então, o Gigante ficou com pena e desceu rapidamente as escadas para o ajudar. Nesse momento, as restantes crianças fugiram, ficando outra vez inverno. Mas aquele rapaz, como tinha tantas lágrimas nos olhos, não o conseguiu ver atempadamente… O Gigante pegou no menino e colocou-o no ramo da árvore. O menino deu-lhe um beijo e um abraço. As crianças, ao verem que o Gigante já não era mau, regressaram para o jardim e tudo voltou a florescer. O Gigante derrubou o muro com uma picareta, para que as crianças pudessem ir para lá brincar.
Os anos foram passando e o Gigante foi envelhecendo e nunca mais viu aquele menino de quem tanto gostava. Ele perguntava às crianças por ele, mas elas não sabiam…
Certo dia, o menino apareceu, com chagas nas mãos e nos pés... O Gigante disse que iria castigar quem lhe fez mal, mas o menino respondeu que isso não interessava. Afirmou também que, por ele ter partilhado o seu jardim, iria, agora, levá-lo para o Paraíso.
Quando as outras crianças regressaram da escola, viram que o Gigante tinha falecido, estando coberto com belíssimas flores brancas.
Lara Fabiana Ferreira – 4.º E – E.B. Devesinha
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